Impactos Contábeis e Tributários dos Afastamentos por Doenças Mentais no Ambiente Corporativo
Por que entender os afastamentos por saúde mental é relevante para advogados e empreendedores
Os afastamentos do trabalho por questões relacionadas à saúde mental têm aumentado significativamente nos últimos anos. Essa realidade, cada vez mais presente em empresas de todos os portes, impacta diretamente os custos operacionais, obrigações legais e a estrutura da folha de pagamento. Para advogados e empreendedores, compreender os reflexos contábeis, legais e tributários desses afastamentos é essencial para uma gestão eficiente e preventiva.
Além disso, o correto tratamento contábil dos afastamentos não apenas previne autuações fiscais ou trabalhistas, como também abre oportunidades para melhor planejamento de tributos, proteção do negócio e até acesso a linhas de crédito. Ignorar esses aspectos pode resultar em perdas financeiras, sanções administrativas, ou até responsabilização judicial.
Afastamentos por saúde mental: como se refletem na contabilidade e na folha de pagamento
Natureza dos afastamentos e impacto nos encargos sociais
No Brasil, os afastamentos por motivo de saúde superiores a 15 dias são cobertos pelo INSS, desde que haja laudo médico e o empregado seja segurado. Durante os primeiros 15 dias, no entanto, o empregador é responsável pela remuneração do empregado afastado, arcando com os respectivos encargos (FGTS, INSS patronal, etc.). Esse custo deve ser previsto tanto do ponto de vista orçamentário quanto contábil e tributário.
Os afastamentos por questões de saúde mental—como burnout, depressão ou ansiedade generalizada—costumam ter períodos mais longos de recuperação, o que gera maior número de dias afastados por empregado em comparação com doenças físicas simples. Isso aumenta a carga de trabalho para os demais funcionários e gera impactos no custo total da folha.
Tratamento contábil correto dos afastamentos
Os salários pagos aos empregados afastados nos primeiros 15 dias devem ser lançados na contabilidade como despesas operacionais. Após esse período, responsabilizando-se o INSS pelo pagamento do benefício, a empresa poderá realizar os registros contábeis para controle dos afastamentos como contas de compensação, observando a obrigatoriedade da manutenção dos encargos em alguns casos específicos.
Além disso, deve-se atentar para a correta classificação dos valores na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e no Balanço Patrimonial, separando as indenizações e benefícios pagos, o que facilita auditorias, avaliações para crédito e análises financeiras.
Consequências tributárias associadas aos afastamentos
Tributos que incidem ou deixam de incidir
A depender do regime tributário e do tipo de remuneração durante o afastamento, determinados tributos incidem ou são suspensos. Por exemplo, durante os 15 primeiros dias, a empresa continua recolhendo o INSS patronal normalmente. No entanto, o FGTS continua sendo recolhido durante esses 15 dias, mas não após o início do benefício previdenciário.
Empresas do Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real precisam revisar suas práticas de apuração de tributos para considerar os efeitos desse tipo de afastamento, uma vez que podem estar recolhendo encargos indevidamente ou deixando de aproveitar oportunidades de compensação ou suspensão.
Benefícios fiscais potenciais
A legislação brasileira permite o aproveitamento do salário maternidade e, em alguns casos, do auxílio-doença via compensação tributária com tributos federais. Embora o auxílio-doença comum não seja objeto de compensação direta, é possível utilizar ferramentas de controle de provisões e encargos para gerar empoderamento no planejamento tributário.
Com apoio de um bom contador e sistema de folha, é possível emagrecer a carga tributária de maneira legalizada, evitando equívocos em GFIP, eSocial e DCTFWeb, especialmente no que tange ao recolhimento de INSS e FGTS durante períodos críticos.
Ferramentas contábeis para gestão de afastamentos e saúde ocupacional
Softwares de gestão de folha e compliance fiscal
Controlar os afastamentos com precisão exige a adoção de sistemas que vão além da simples folha de pagamento. Plataformas integradas ao eSocial, que realizam automaticamente a transmissão de eventos como o S-2230 (afastamento temporário), são indispensáveis para o compliance trabalhista e fiscal.
Além disso, alguns ERPs e softwares de recursos humanos oferecem módulos específicos para gestão de riscos ocupacionais e saúde do trabalhador, o que permite gerar insights preditivos para evitar novos afastamentos e identificar departamentos com mais fragilidade.
Centralização de informações contábeis e previdenciárias
Empresas e advogados podem se beneficiar de soluções que integram informações contábeis com dados previdenciários, facilitando a análise dos afastamentos em comparação com os custos de folha e projeções orçamentárias. Isso vai além do aspecto técnico e entra na estratégia de sustentabilidade financeira do negócio.
A integração ainda permite a realização de retificações automáticas caso a comunicação de eventos ao eSocial tenha sido feita de forma incorreta, o que reduz passivos trabalhistas e evita multas.
Como enfrentar os impactos financeiros e legais desses afastamentos
Planejamento orçamentário com foco na prevenção
Empresas que investem em programas preventivos de saúde mental conseguem, ao longo do tempo, reduzir os custos operacionais associados aos afastamentos. Programas de bem-estar, apoio psicológico e ambientes de trabalho mais saudáveis reduzem também o passivo contingente, o que influencia diretamente no valuation da empresa e na tomada de crédito.
Financeiramente, é importante inserir a variável “afastamento” nas planilhas de previsão de gastos com pessoal. Isso evita surpresas no fluxo de caixa e permite o provisionamento adequado de responsabilidades trabalhistas.
Aspectos jurídicos e mitigação de riscos
Para os advogados empresariais, há oportunidades claras de prestação de serviços voltados para elaboração de políticas corporativas que tratam da relação entre empresa e colaborador quando há afastamento médico. Isso inclui atualização do regulamento interno, modificações no contrato de trabalho e pareceres sobre implicações legais em caso de reincidência.
Do ponto de vista da responsabilidade civil e do risco por danos morais, é fundamental documentar todas as ações da empresa em relação ao colaborador afastado, inclusive quanto ao suporte psicológico e à reintegração ao trabalho. Esses registros também impactam positivamente em eventuais disputas judiciais.
Benefícios de conhecer o tema para tomada de decisões estratégicas
Avaliação de crédito e análise de riscos por instituições financeiras
Quando o empreendedor deseja tomar crédito, um dos indicadores avaliados por bancos e instituições de fomento é o passivo relacionado a recursos humanos. Empresas com alta taxa de afastamentos geralmente passam imagem de instabilidade operacional, o que influencia negativamente na precificação de riscos pelos credores.
Advogados e contadores podem atuar de forma pró-ativa estruturando dossiês que demonstrem como a empresa gerencia a saúde do colaborador, ações preventivas e mitigação de riscos legais, melhorando diretamente o score de crédito.
Ganho de eficiência com a gestão dos processos contábeis
Uma contabilidade estratégica torna possível relacionar o custo dos afastamentos por saúde mental com a produtividade por setor, tempo médio de afastamento e reincidências. Isso transforma um dado frio em inteligência de negócio, permitindo ajustes organizacionais, inclusive na alocação de tarefas e no dimensionamento do quadro funcional.
A padronização nos procedimentos de afastamento, elaboração de manuais, treinamentos e acompanhamento das normativas do eSocial elevam a performance fiscal e diminuem conflitos com órgãos de fiscalização (Receita Federal, MPT, etc.).
Insights finais
Advogados e empreendedores antenados nas questões contábeis e fiscais relacionadas aos afastamentos por saúde mental encontram nesse tema uma oportunidade de aprimorar sua atuação. Conhecer os impactos financeiros e legais, utilizar ferramentas tecnológicas e integrar áreas como RH, contabilidade e jurídico são diferenciais competitivos claros.
Mais do que lidar com afastamentos quando surgem, é possível preveni-los, registrá-los corretamente e transformar um desafio em oportunidade de otimização tributária e fortalecimento institucional. A complexidade contábil do tema, quando bem gerida, se converte em segurança jurídica, incremento no valuation e diminuição do passivo oculto.
Perguntas e respostas frequentes
1. O que a empresa deve fazer contabilmente quando um colaborador se afasta por doença mental?
A empresa deve registrar o pagamento dos primeiros 15 dias como despesa com pessoal. Após esse período, o pagamento é feito pelo INSS, mas a empresa deve manter controle contábil e informacional sobre os afastamentos.
2. Existe incidência de INSS e FGTS durante o afastamento por doença mental?
Durante os primeiros 15 dias de afastamento sim, a empresa arca com ambos. Após esse período, o INSS assume o benefício e o FGTS deixa de ser recolhido.
3. É possível fazer planejamento tributário com base nos dados de afastamento?
Sim. A análise dos afastamentos pode gerar insights para planejamentos orçamentários e tributários, impactando provisões, compensações e decisões estratégicas de gestão de pessoal.
4. A empresa pode obter benefícios ou deduções fiscais relacionadas aos afastamentos por saúde mental?
Não diretamente para afastamentos por doença mental comum, mas há oportunidades de organização dos registros para reduzir risco fiscal e identificar oportunidades de compensação em eventos similares previstos na legislação.
5. Qual a importância do papel do advogado nesse contexto?
O advogado orienta sobre cumprimento das normas, elaboração de documentos e políticas internas, defesas em autuações fiscais e trabalhistas, e atua preventivamente para reduzir o passivo jurídico associado às ausências por saúde.
Aprofunde seu conhecimento sobre o assunto na Wikipedia.
Este artigo foi escrito utilizando inteligência artificial a partir de uma fonte e teve a curadoria de Vanessa Figueiredo Graça, contadora com ênfase em Auditoria e advogada, com mais de 25 anos de experiência no mercado. Pós-graduada em Direito Tributário, Processo Tributário e Contratos, Vanessa é especialista em áreas fiscais, tributárias, gestão contábil estratégica e recursos humanos. Ao longo de sua carreira, liderou a contabilidade de centenas de empresas de pequeno, médio e grande portes, desenvolvendo soluções personalizadas e eficientes para otimização tributária e conformidade fiscal. À frente de uma equipe altamente especializada, Vanessa foca em atender empreendedores e advogados, oferecendo planejamento tributário estratégico e gestão contábil adaptada às necessidades do mercado jurídico. Na IURE DIGITAL, Vanessa utiliza sua vasta expertise para oferecer uma consultoria contábil moderna, auxiliando advogados e seus clientes em processos como abertura de empresas, regularização fiscal e gestão financeira. Sua abordagem prática e assertiva transforma desafios tributários em oportunidades de crescimento, contribuindo diretamente para a sustentabilidade e o sucesso dos negócios.
Assine a Newsletter no LinkedIn Empreendedorismo e Advocacia.