Como advogado pode ter CNPJ?

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Por que um advogado precisaria de um CNPJ?

Para atuar no mercado de forma mais ampla e profissional, muitos advogados optam por formalizar seu trabalho por meio de um CNPJ. O Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) é essencial para constituir uma empresa e, no contexto da advocacia, isso se dá geralmente por meio da criação de uma sociedade unipessoal ou de uma sociedade simples com outros advogados. Tornar-se pessoa jurídica pode trazer maior credibilidade, benefícios fiscais e facilitar o relacionamento com clientes, especialmente empresas que exigem nota fiscal.

Vantagens do CNPJ para advogados

Ao ter um CNPJ, o advogado pode:
1. Emitir notas fiscais, tornando-se mais competitivo no mercado.
2. Reduzir a carga tributária, pois a tributação na pessoa jurídica costuma ser mais vantajosa do que como pessoa física.
3. Ter acesso a linhas de crédito diferenciadas e condições melhores em bancos.
4. Formalizar parcerias com outras empresas e clientes.

Portanto, o CNPJ é uma ferramenta que permite maior controle e estrutura para o advogado que quer expandir sua atuação de maneira mais profissional.

Passos para abrir um CNPJ como advogado

1. Escolha do tipo societário

Como advogado, você tem algumas opções para registrar seu CNPJ. As principais são:

– Sociedade Unipessoal de Advocacia: Permite que o advogado atue sozinho, sem precisar de um sócio, mas com os benefícios de constituir uma pessoa jurídica.
– Sociedade Simples: Composta por dois ou mais advogados que se unem para prestar serviços jurídicos em conjunto.

Ambos os modelos são regulamentados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e precisam cumprir requisitos específicos para serem constituídos.

2. Registro na OAB

Antes de realizar o registro comercial tradicional na Junta Comercial ou na Receita Federal, advogados devem submeter a criação da sociedade à aprovação da OAB. Isso acontece porque a advocacia é uma profissão regulamentada, e a Ordem desempenha papel essencial no controle e na regularização da atividade.

Para isso, é necessário apresentar os seguintes documentos na OAB do estado em que a sociedade será registrada:
– Requerimento de inscrição da sociedade ou unipessoal.
– Contrato social ou ato de constituição da sociedade.
– Carteira da OAB dos sócios (ou do advogado único, no caso de sociedade unipessoal).

Após a aprovação, você receberá o número do registro da sociedade e estará apto para prosseguir com as próximas etapas.

3. Inscrição na Receita Federal

Com a aprovação da OAB, o próximo passo é solicitar o CNPJ junto à Receita Federal. Isso é feito por meio do site da Receita, no portal de serviços. É necessário preencher a solicitação contendo as informações da sociedade, como número do registro na OAB, CNAE específico para a advocacia (principal atividade jurídica), e endereço da sede da empresa.

4. Alvará de funcionamento

Dependendo do município em que você atua, pode ser necessário solicitar um alvará de funcionamento junto à Prefeitura. Verifique a legislação local para saber quais são os requisitos impostos para o exercício jurídico como pessoa jurídica.

5. Regime tributário

Ao abrir o CNPJ, uma decisão importante é escolher o regime tributário da empresa. No Brasil, as opções para advogados são o Simples Nacional, o Lucro Presumido e, menos comumente, o Lucro Real.

No caso da advocacia, o Simples Nacional pode ser uma opção vantajosa, desde que a empresa se enquadre nos requisitos para aderir a esse regime. É importante analisar os percentuais de tributação aplicáveis e comparar as alternativas para garantir economia fiscal.

Aspectos tributários para advogados com CNPJ

Como é feita a tributação?

Advogados que atuam como pessoas jurídicas estão sujeitos a tributos como o ISS (Imposto Sobre Serviço), IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), PIS e COFINS. A depender do regime tributário escolhido, esses tributos são calculados de forma diferente:

– Simples Nacional: A tributação ocorre de maneira simplificada, com alíquotas fixas que variam conforme a faixa de faturamento. As atividades jurídicas geralmente se enquadram no Anexo IV.
– Lucro Presumido: A tributação é baseada em uma margem de lucro pré-definida pela Receita Federal, com alíquotas específicas aplicadas sobre essa base presumida. Esse regime pode ser vantajoso para advogados com receita média maior.

Em ambos os casos, é fundamental o auxílio de um contador para calcular corretamente os impostos e garantir a regularidade das obrigações fiscais.

Emissão de nota fiscal

Com o CNPJ, o advogado tem a obrigação de emitir notas fiscais para comprovação dos serviços prestados. Isso fortalece a relação com os clientes e possibilita transações mais formais, principalmente ao atender empresas que precisam dessa documentação para fins contábeis.

Cuidados e desafios ao abrir um CNPJ como advogado

Compatibilidade com a atividade jurídica

A atividade jurídica possui regulamentações específicas definidas pela OAB. Advogados não podem constituir sociedades com profissionais de outras áreas ou desempenhar atividades que não sejam relacionadas à advocacia dentro da mesma empresa. Portanto, qualquer decisão deve seguir rigorosamente as normas da Ordem.

Planejamento financeiro

Abrir um CNPJ envolve custos. Além das taxas iniciais, existem despesas contínuas como impostos, contabilidade e possíveis taxas municipais. Antes de abrir uma empresa, é crucial fazer um planejamento financeiro detalhado para evitar surpresas.

Manutenção de regularidade

Após abrir o CNPJ, é necessário cumprir diversas obrigações legais e tributárias para que a sociedade permaneça regular. Isso inclui a prestação de contas à Receita Federal, o recolhimento de tributos e o fornecimento de informações periódicas à OAB.

Contador especializado

Para qualquer advogado que pretende abrir e gerenciar um CNPJ, contar com um contador especializado na área jurídica é indispensável. Ele auxiliará na escolha do regime tributário mais vantajoso, no cumprimento das obrigações fiscais e nos processos burocráticos.

Conclusão

Abrir um CNPJ como advogado é uma decisão estratégica que pode trazer muitos benefícios profissionais e financeiros. A formalização como pessoa jurídica permite maior organização, economia tributária e a possibilidade de atender a um mercado mais amplo e mais exigente. No entanto, isso exige planejamento, cumprimento rigoroso das regulamentações da OAB e acompanhamento profissional, especialmente de contadores especializados. Assim, é possível aproveitar todas as vantagens e oportunidades que essa formalização oferece.

Perguntas e respostas frequentes

1. Qual é o melhor regime tributário para advogados com CNPJ?

O regime tributário mais vantajoso dependerá do faturamento e do tipo de serviços prestados pelo advogado. O Simples Nacional pode ser interessante para quem tem um faturamento anual mais baixo, enquanto o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso para quem possui uma receita maior.

2. É obrigatório ter um contador para abrir o CNPJ?

Ter um contador não é uma obrigatoriedade legal, mas é altamente recomendado, especialmente para evitar erros no preenchimento de documentos e na escolha do regime tributário.

3. Um advogado pode abrir uma empresa para outras atividades com o mesmo CNPJ?

Não. A OAB proíbe que advogados realizem atividades não relacionadas à advocacia no mesmo cadastro jurídico.

4. Quais documentos são necessários para abrir um CNPJ de advogado?

São necessários documentos pessoais, carteira da OAB, contrato social ou ato constitutivo da sociedade e aprovação da sociedade pela OAB.

5. Posso atuar como pessoa física e jurídica ao mesmo tempo?

Sim, um advogado pode atuar nas duas modalidades, mas deverá cumprir as obrigações legais e tributárias de ambas as formas separadamente.

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Este artigo teve a curadoria de Vanessa Figueiredo Graça, contadora com ênfase em Auditoria e advogada, com mais de 25 anos de experiência no mercado. Pós-graduada em Direito Tributário, Processo Tributário e Contratos, Vanessa é especialista em áreas fiscais, tributárias, gestão contábil estratégica e recursos humanos. Ao longo de sua carreira, liderou a contabilidade de centenas de empresas de pequeno, médio e grande portes, desenvolvendo soluções personalizadas e eficientes para otimização tributária e conformidade fiscal. À frente de uma equipe altamente especializada, Vanessa foca em atender empreendedores e advogados, oferecendo planejamento tributário estratégico e gestão contábil adaptada às necessidades do mercado jurídico. Na IURE DIGITAL, Vanessa utiliza sua vasta expertise para oferecer uma consultoria contábil moderna, auxiliando advogados e seus clientes em processos como abertura de empresas, regularização fiscal e gestão financeira. Sua abordagem prática e assertiva transforma desafios tributários em oportunidades de crescimento, contribuindo diretamente para a sustentabilidade e o sucesso dos negócios.

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