O que é necessário para abrir CNPJ?

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Introdução: O que é um CNPJ e por que é importante?

Abrir um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) é o primeiro passo para formalizar um negócio no Brasil e garantir que ele possa funcionar legalmente. Este registro é atribuído pela Receita Federal e serve como identidade jurídica da empresa, permitindo que ela emita notas fiscais, contrate funcionários, tenha acesso a linhas de crédito empresariais e cumpra suas obrigações fiscais e tributárias. Se você está planejando iniciar um empreendimento, entender o processo de abertura de um CNPJ é vital para evitar complicações futuras e manter sua empresa em conformidade com as exigências legais.

Neste artigo, vamos explorar todas as etapas necessárias para abrir um CNPJ, os documentos exigidos, custos, e dicas úteis para facilitar o processo.

Passo 1: Escolher o tipo de empresa e a natureza jurídica

Antes de abrir um CNPJ, é fundamental definir qual será o tipo de empresa e a natureza jurídica que melhor se ajustam às suas necessidades e ao seu modelo de negócio. A escolha correta impacta diretamente aspectos como tributação, responsabilidades legais e possibilidade de integração com sócios. Veja as principais opções:

Tipos de empresas

– MEI (Microempreendedor Individual): Ideal para pequenos empreendedores que trabalham por conta própria, com faturamento anual limitado a R$ 81.000 e possibilidade de contratar um funcionário.
– Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP): Adequadas para negócios com faturamento superior ao limite do MEI. A principal diferença entre as duas é o limite de faturamento: até R$ 360.000 para ME e até R$ 4,8 milhões para EPP.
– Empresas maiores (sociedade limitada, EIRELI, etc.): Recomendadas para negócios que possuem sócios ou estrutura mais complexa.

Naturezas jurídicas

– Empresário Individual (EI): Voltado para pessoas que desejam iniciar um empreendimento sozinhas, assumindo 100% da responsabilidade pelas dívidas.
– Sociedade Limitada (LTDA): Uma das naturezas jurídicas mais comuns, voltada para empresas com dois ou mais sócios. A responsabilidade de cada sócio pela dívida da empresa está limitada ao capital social.
– EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada): Para empresários que querem atuar individualmente, mas com a separação entre o patrimônio pessoal e o empresarial.
– MEI: Possui natureza jurídica própria e simplificada.

Passo 2: Definir a atividade da empresa com base no CNAE

O Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE) é outro requisito importante no processo de abertura de CNPJ. Este código define qual será a principal atividade econômica da sua empresa, essencial para determinar o regime tributário e as obrigações fiscais do seu negócio.

A escolha da atividade no CNAE influencia diretamente na tributação da empresa. Por exemplo, empresas que prestam serviços geralmente estão sujeitas a ISS (Imposto Sobre Serviços), enquanto aquelas que atuam na comercialização de produtos também pagam ICMS.

Passo 3: Escolher o regime tributário

Ao abrir o CNPJ, será necessário optar pelo regime tributário mais adequado para sua empresa. As três principais opções no Brasil são:

Simples Nacional

O Simples Nacional é um regime simplificado voltado para micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Ele unifica o pagamento de vários impostos em uma única guia, o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), tornando o processo mais prático.

Lucro Presumido

Empresas que faturam até R$ 78 milhões podem optar pelo Lucro Presumido, onde a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social é determinada por um percentual fixo do faturamento.

Lucro Real

Neste regime, obrigatório para algumas empresas, o cálculo dos impostos é feito com base no lucro efetivamente apurado no período de apuração. É mais utilizado por grandes empresas, negócios com alta margem de lucro ou que necessitam de maior controle fiscal.

A escolha do regime tributário deve ser feita com cuidado, pois afeta o valor dos impostos a serem pagos e as obrigações acessórias. Recomenda-se a consulta a um contador para avaliar qual opção é mais vantajosa.

Passo 4: Reunir a documentação necessária

Para dar início ao processo de abertura do CNPJ, você precisará reunir uma série de documentos, que podem variar ligeiramente de acordo com o tipo de empresa e sua localização. Em geral, os principais documentos exigidos são:

Documentos do empresário ou sócios

– RG e CPF;
– Comprovante de residência atualizado;
– Título de eleitor (em alguns casos);
– Certidão de casamento (se aplicável).

Documentos da empresa

– Contrato Social ou Requerimento de Empresário (dependendo da natureza jurídica);
– Comprovante do endereço comercial;
– Definição das atividades e CNAE.

Documentação complementar

Caso sua empresa necessite de alvarás, licenças específicas ou esteja sujeita a regulamentação de órgãos de classe, como CREA ou CRM, por exemplo, também será necessário providenciar essa documentação.

Passo 5: Registro nos órgãos competentes

Uma vez que todos os documentos estejam prontos, é necessário registrá-los em diferentes órgãos governamentais, dependendo da natureza do seu empreendimento. Veja os principais passos:

Registro na Junta Comercial

O primeiro passo para formalizar uma empresa é registrar o Contrato Social ou Requerimento de Empresário na Junta Comercial do estado onde ela será aberta.

Inscrição no CNPJ

Após o registro na Junta Comercial, é necessário solicitar o número do CNPJ junto à Receita Federal, o que pode ser feito de forma online.

Obtenção de Alvarás e Licenças

Alguns negócios exigem alvará de funcionamento da Prefeitura, como estabelecimentos comerciais e industriais. Certifique-se de consultar os requisitos locais.

Passo 6: Contrate um contador

Embora seja tecnicamente possível abrir um CNPJ sem ajuda profissional, é altamente recomendável contar com o suporte de um contador experiente. Ele pode orientar sobre as melhores escolhas em relação ao regime tributário, atividades econômicas e até mesmo realizar o registro em órgãos competentes, poupando tempo e preocupações.

Quanto custa abrir um CNPJ?

O custo para abrir um CNPJ pode variar, dependendo do porte da empresa e do tipo de atividade. Algumas das despesas incluem:
– Taxas da Junta Comercial;
– Certificação digital (necessária para empresas que emitem notas fiscais eletrônicas);
– Honorários do contador (quando contratado);
– Taxas municipais para obtenção de alvarás e licenças.

Para MEI, o processo é gratuito e simplificado, exceto pela emissão de guias mensais de contribuição (DAS-MEI), no valor fixo de aproximadamente R$ 60.

Conclusão

Abrir um CNPJ é um passo essencial para quem deseja empreender e operar de maneira formal, cumprindo todas as obrigações legais e fiscais. Embora o processo possa parecer burocrático à primeira vista, com organização, ajuda profissional e conhecimento das etapas, você estará apto a dar início ao seu negócio com tranquilidade e segurança jurídica.

Certifique-se de definir corretamente o tipo de empresa, regime tributário e CNAE, além de reunir todos os documentos necessários. Caso tenha dúvidas ou dificuldades, contar com a ajuda de um contador especializado pode fazer toda a diferença.

Perguntas e respostas

Qual o prazo médio para abrir um CNPJ?

O prazo pode variar de acordo com o estado e a complexidade da empresa, mas geralmente leva entre 5 e 15 dias úteis.

Posso abrir um CNPJ sem usar os serviços de um contador?

Sim, é possível, especialmente no caso do MEI. No entanto, para empresas de outros portes, a orientação de um contador é altamente recomendável.

Quais são os custos mensais de quem tem CNPJ?

Os custos variam de acordo com o regime tributário e o porte da empresa, incluindo impostos, taxas e mensalidades associadas ao contador. Para MEI, há o pagamento fixo mensal do DAS-MEI.

Um estrangeiro pode abrir um CNPJ no Brasil?

Sim, estrangeiros podem abrir CNPJ no Brasil, desde que cumpram requisitos como a obtenção de um CPF e, em alguns casos, registro no Ministério da Justiça.

Posso usar meu endereço residencial para abrir um CNPJ?

Sim, em muitos casos isso é permitido, especialmente para prestadores de serviço e MEIs. No entanto, confirme as regulamentações locais para sua atividade econômica.

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Este artigo teve a curadoria de Vanessa Figueiredo Graça, contadora com ênfase em Auditoria e advogada, com mais de 25 anos de experiência no mercado. Pós-graduada em Direito Tributário, Processo Tributário e Contratos, Vanessa é especialista em áreas fiscais, tributárias, gestão contábil estratégica e recursos humanos. Ao longo de sua carreira, liderou a contabilidade de centenas de empresas de pequeno, médio e grande portes, desenvolvendo soluções personalizadas e eficientes para otimização tributária e conformidade fiscal. À frente de uma equipe altamente especializada, Vanessa foca em atender empreendedores e advogados, oferecendo planejamento tributário estratégico e gestão contábil adaptada às necessidades do mercado jurídico. Na IURE DIGITAL, Vanessa utiliza sua vasta expertise para oferecer uma consultoria contábil moderna, auxiliando advogados e seus clientes em processos como abertura de empresas, regularização fiscal e gestão financeira. Sua abordagem prática e assertiva transforma desafios tributários em oportunidades de crescimento, contribuindo diretamente para a sustentabilidade e o sucesso dos negócios.

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